quinta-feira, 22 de julho de 2010

Sentada na cadeira da cozinha, mantinha os olhos baixos olhando a fumaça que saia da xícara de café presa entre as mãos. Tomou um gole, e como de costume fez uma cara assustada, como a gente faz quando toma algo muito quente. E ele como sempre deu uma risada, erguendo de leve o canto da boca, e entregou-lhe um copo de água gelada.
Era incrível como ele a conhecia. As vezes tinha a impressão de que ele sabia exatamente o que se passava dentro dela.
E então ele levantou-se, aproximou-se dela, deu-lhe um leve e carinhoso beijo no rosto e saiu em direção a porta de entrada. Abriu-a com cuidado deixando entrar a claridade da manhã, e sorrindo lhe disse:
- As vontades e os desejos mudam tanto mocinha. Aquieta, que o amor mais bonito tem hora e lugar para acontecer. E não é agora! Letícia.