sábado, 10 de abril de 2010

Fazia frio, muito frio, mas ele insistia em permanecer sentado na varanda com as pernas penduradas entre as grades. E assim, com o corpo pendendo para o ar, vinha aquela súbita e imensurável vontade de jogar-se. Jogar-se a tudo que não conhecia.
Sempre julgou ser capaz de controlar todos os seus sentimentos, mas dessa vez, de alguma estranha maneira, sentia-se totalmente vulnerável. Os pensamentos já começavam a se transformar em palavras, e era cada vez mais difícil pra ele, conseguir conter o que dizia. Então levantou-se e abriu os braços. Ventava muito e ele fechou os olhos. Sentiu vontade de escrever um bilhete, para que o vento carregasse até ela, e lhe dissesse: vem comigo! Mas sabia que seu recado se perderia pelo caminho, que com o tempo, ele se afastaria dela, e quando a alcançasse, já seria tarde demais para ela jogar-se também. Letícia.

2 comentários:

Jéssika disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Esse é meu preferido.


até agora. haha